lançado mão de todos os recursos para incompatibilizar o candidato com a nação, inclusive a mentira, o suborno e a calúnia. Todo o Brasil conhece o infame subterfúgio das cartas falsas as quais submetidas ao simples exame de homens inteligentes não lhes resistiriam ao veredito, se a cavaleiro de ideias preconcebidas estivessem eles.
As agitações em torno do caso recrudesciam sempre e não obstante os desvarios e as intrigas de toda sorte, o Dr. Arthur Bernardes foi eleito e reconhecido pelo Congresso. Não se lhe deu trégua e foi dia a dia atacado na sua reputação, com o ódio velho que não cansa.
Foi nesse ínterim o governo do Dr. Epitacio envolvido nesse triste espetáculo quotidiano, no qual a todo transe se procurava achincalhar o Exército, cujos brios eram excitados com o objetivo de lançá-lo em revoltas. Houve na imprensa do Rio um diário de grande circulação e inegável prestígio que levou o seu ódio ao Dr. Bernardes a ponto de declarar que os oficiais do Exército deviam trocar suas calças por saias, uma vez que se não opusessem à posse desse político.
E a campanha tenaz ia aos poucos surtindo efeito.
Regressara da Europa em princípios de 1921 o Marechal Hermes R. da Fonseca, que terminara o seu quatriênio governamental sob grande impopularidade, como se a nação inteira sentisse o conforto de um alívio depois de irritante pesadelo. O próprio Exército que o sustentara até o fim do seu período de governo, todo ele processado em um ambiente de achincalhe e desrespeito à autoridade, sentiu-se aliviado. Numerosos oficiais que certamente mais se ocupavam de politiquices do que do cumprimento dos seus deveres profissionais, resolveram desagravá-lo, porém com o fim oculto de torná-lo candidato à sucessão presidencial. Promoveram-lhe um banquete no Clube Militar e o elegeram seu presidente.