As forças armadas e o destino histórico nacional

Apesar disso a eleição presidencial se processou entre dois candidatos civis - os Srs. Nilo Peçanha Arthur Bernardes — este candidato oficial. O Marechal não encontrou apoio nos meios políticos e a sua candidatura morreu no nascedouro.

Entra o ano de 1922 no meio da efervescência política consequente à sucessão presidencial, extremados os ânimos entre os partidários dos candidatos, o Dr. Bernades combatido e achincalhado ainda pelos militares que acreditaram nas aludidas cartas e lhe votaram por isso um entranhado ódio.

Tudo servia de pretexto para agitações nessa conturbada época de apreensõs e desvarios, não se podendo prever aonde nos levariam os acontecimentos, embora a nação confiasse na energia nunca desmentida do Dr. Epitacio Pessôa.

Processava-se também a esse tempo a sucessão governamental do Estado de Pernambuco, tendo surgido distúrbios e derramamento de sangue em Recife. Diversos oficiais do Exército ali em guarnição, indisciplinadamente, em vez de se dirigirem às autoridades militares competentes, isto é, àquelas a que estavam subordinados em virtude dos cargos que exerciam, consultaram o Marechal Hermes como deviam proceder. Este, cedendo mais aos impulsos da politicagem do que aos de um general, traçou-lhes como presidente do Clube Militar uma norma de conduta que se afastava do bom senso e da disciplina que devia aconselhar e que era a de se dirigirem eles aos chefes aos quais estavam militarmente subordinados. Essa intromissão indébita de uns e outro na política, valeu uma repreensão e depois uma prisão ao Marechal e ao Clube Militar o seu fechamento pouco elegante, o Presidente da República baseando o seu ato em uma lei de repressão aos desordeiros e anarquistas e no qual declarava a autoridade