de Almicar e Asdrubal, dizendo que este queria prostituir o cunhado como havia sido prostituido pelo sogro. Apesar disso o senado acedeu.

O jovem Annibal foi recebido no exército entre manifestações de alegria e dentro em pouco se tornou o ídolo dos soldados pelos seus notáveis dotes morais. Foi pois sob o comando de Asdrubal durante três anos que ele começou a adquirir fama, guerreando Roma. As empresas mais arriscadas, as mais delicadas missões, eram-lhe conferidas e sempre desempenhadas cabalmente. Foi o general da cavalaria e o lugar-tenente do cunhado.

Morto este em combate, o exército em peso aclamou-o seu general em chefe, ato sancionado pelo senado que o declarou bem merecido porque a Espanha era bem a herança dos Barca. Tinha o novo chefe apenas 25 anos incompletos.

Duas razões havia para esse procedimento do senado : 1ª. — Continuava no poder o partido de Hannon que assim se via livre dos Barca, cujo prestígio era imenso pelos inigualáveis serviços prestados à pátria e pelos grandes feitos militares que a enobreciam; 2ª. — A sede de ouro e os prazeres levaram os cartagineses de novo ao comércio intenso, à busca e acumulação de riquezas e a abandonar os encargos do exército, os quais eram suppridos pelos seus generais com os despojos das conquistas, uma parte importante das quais era enviada à metrópole.

Marinha de guerra não existia a bem dizer, transformada em sua quase totalidade em marinha mercante.

Tal era a situação de Cartago quando Annibal assumiu o governo da Espanha e o comando do exército. O seu primeiro cuidado foi preparar este para levar a guerra a Roma dentro da própria Itália.

A segunda guerra púnica (218-201) não foi uma luta entre as duas nações, mas entre Roma e um homem.