As forças armadas e o destino histórico nacional

na urna, ou fora dela, a mentirosa maioria que lhe sagraria a indecente vitória do seu candidato.

As atas verdadeiras, abundantes de votos fraudulentos de mortos de muitos anos, ainda eram julgadas insuficientes. Foram em grande número, na calada da noite como se diz vulgarmente, substituidas por atas falsificadas em que não poucas apareceram com maior número de votos do que o de eleitores da circunscrição respectiva.

Impossível assim saber qual o candidato que obteve maior número de votos verdadeiros. Impossível pois saber-se qual o eleito honradamente. Foi considerado como tal o que dispunha de mais amplos elementos de corrupção e de campo mais vasto para as falcatruas eleitorais. É possível que isso coincidisse com o eleito de verdade, mas o indiscutível é que uma tal eleição nenhum prestígio daria ao presidente cuja autoridade seria sempre precária aos olhos do povo brasileiro.

Fato curioso e notável que nunca deveria abandonar a memória do governante: a grande majestade da curul presidencial de 13 de novembro de 1926, transformara-se em 1930 em uma simples cadeira carcomida pelo cupim do interesse subalterno, demonstrando que aquilo deve ser um símbolo da nacionalidade a pairar acima de quaisquer considerações, a exigir do que nela se assenta um perfeito equilíbrio de ações e manifestações para que a respeitabilidade da nação não sofra o menor abalo, a mais leve arranhadura, para que o prestígio do ocupante se conserve intangível do começo ao fim do mandato.

Apesar de tudo, após a eleição os ânimos pareciam mais serenados, pressagiando ao Senhor Julio Prestes uma posse no meio de flores e festas. Entretanto, o Legislativo mais do que nunca dócil às determinações do Executivo, roubou os mandatos de todos os eleitos da Paraíba, para com eles presentear os amigos do