As forças armadas e o destino histórico nacional

A inamovibilidade dos juízes criou-lhes uma situação privilegiada prejudicial aos interesses da coletividade, vendo-se o Estado embaraçado às vezes por isso em resolver casos delicados na magistratura. Em certa capital assistimos à desmoralização de um juiz que vivia aos abraços e aos bofetões com os seus subalternos no juízo em que era chefe, isto em consequência de fatos vergonhosos nos quais todos ou quase todos eles eram coniventes. Denunciado ao governo, foi o juiz suspenso e removido. Recorreu ele ao Supremo Tribunal Federal e teve ganho de causa como não podia deixar de ter, voltando ao cargo e à capital onde comprometera a justiça e onde estava em perfeito estado de descrédito.

A proibição de diminuir-se-lhes em absoluto os vencimentos foi providência vexatória aos próprios juízes, transformados em casta privilegiada, únicos funcionários na República que não tinham os seus ordenados sujeitos aos impostos de emergência e de renda.

Senadores, deputados, juízes, felizmente com honrosas exceções porque nem tudo está perdido, tornaram-se verdadeiros pedinchões de graças e empregos ao Executivo, para si, para seus filhos, genros, irmãos, sobrinhos, afilhados, amigos etc., e já se sabe, em geral com prejuízo da nação que assim adquiria maus servidores ou pelo menos não adquiria os melhores, os que tivessem documentadas a sua competência e capacidade de trabalho.

Presidentes da República e ministros, muitos houve que ao deixarem o governo não tinham mais parentes consanguíneos e afins para empregarem e sugarem o tesouro. A ideia de pátria, de coletividade, fora relegada para posição secundariísima. O individualismo primava em tudo, sobre todas as considerações e os cidadãos em número impressionante