Ainda hoje, quando alguém se aventura a demonstrar que o famoso lema teve sua época e não mais satisfaz às aspirações das sociedades políticas na atualiidade e no porvir, esse alguém é logo acoimado por bacharéis interesseiros e interessados, de inimigo da democracia, e quejandas tolices, como se ainda houvesse lugar no globo para aristocracias e autocracias.
Homens e povos, em notável maioria, vão atingindo tal grau de cultura política, que as nações modernas hoje não podem ter governos que não se apoiem na opinião pública e quando porventura os tenham serão eles contraproducentes e efêmeros.
Certo, devemos manter a todo transe as liberdades e igualdades conquistadas e dedicar os nossos melhores esforços para a consecução da fraternidade, que leve homens e povos a melhores entendimentos, a uma cooperação constante, a um respeito mútuo, tornando esta humanidade caótica da atualidade verdadeiramente humana e altruista.
O homem não se pertence porque pertence ao lar, ao distrito, ao município, ao Estado, à Pátria, à Humanidade. Não se governa porque é governado, mesmo no próprio lar, para o qual ele tem o dever de trabalhar, a fim de que a esposa e filhos se alimentem, se vistam, se eduquem. E tem o dever de trabalhar, cooperando com todos os outros seres humanos, para o bem estar das outras coletividades em geral.
Perante essa realidade eterna como o mundo não tem significação prática e verdadeira os palavrões, os chavões, com os quais se procura mascarar a inexorabilidade daquela realidade.
Do mesmo modo que a liberdade, a igualdade é uma exceção no mundo. Adquirida a igualdade político-social de homem a homem, não restam outras igualdades a obter, pela razão muito simples e irretorquível de que a regra é a desigualdade dos homens.