As forças armadas e o destino histórico nacional

residentes na República Oriental, culpados muitas vezes de intervenções indébitas nos negócios do país, dando origem a intermináveis reclamações diplomáticas de parte a parte.

Em 1864 era presidente do Uruguai D. Atanasio Cruz Aguirre, do partido Blanco, inimigo extremado do Brasil, por haver este combatido D. Manoel Oribe. Nesse mesmo ano foram queimados em praça pública de Montevidéu, todos os tratados firmados com o Império, cuja bandeira foi arrastada e espesinhada em ruas dessa cidade, tomando parte na triste cena o Ministro da Guerra. O Brasil aliou-se então ao General D. Venancio Flores, chefe do partido colorado, e tendo derrotado as tropas do governo blanco, colocou no poder o general alijado que publicamente desagravou a ofensa à nossa bandeira.

Solano Lopez, ditador do Paraguai, havia oferecido ao Governo Imperial sua mediação na questão do ultrage à bandeira e queima dos tratados. Recusada essa mediação, Lopez sentiu-se melindrado e resolveu hostilizar o Brasil, provocando a guerra para a qual se vinha preparando há muito, organizando o maior exército da América do Sul, perfeitamente armado e equipado do que havia de mais moderno na arte da guerra. Essa luta de cinco anos em nada serviu ao Brasil, nem mesmo para melhorar suas relações com a República Argentina e a República Oriental do Uruguai, suas aliadas contra o Paraguai. As desconfianças e malquerenças prosseguiram de parte a parte, do término da guerra em 1870 à proclamação da república em 1889.

A adoção do regime republicano e a constituição de 24 de fevereiro de 1891, foram fatores decisivos para uma nova e digna orientação nas relações internacionais do Brasil, principalmente com as nações da América do Sul e em particular com as do Prata,