Presidente da República que não governa e o Presidente do Conselho de Ministros que governa, embora de acordo com os ministros e o parlamento e por isso poderia ser denominado regime presidencial.
Este devia se denominar de preferência Regime dos Três Poderes, com muito mais propriedade, visto como os três poderes políticos se equivalem e devem ser harmônicos, cada um deles com esfera de ação que lhe é própria.
Essa confusão mostra que os selvagens com o seu expressivo vocabulário melhor que os civilizados sabem dar nomes aos bois.
Encerrada esta digressão cujo objetivo não visa atacar e sim prevenir os espíritos para que melhor nos orientemos, escoimados os nossos atos de impropriedades e complicações desnecessárias, tratemos da organização de um governo que se adapte melhor ao Brasil e seja capaz de facilitar-lhe a realização do seu destino histórico.
Reconheçamos antes de tudo que em nosso país nunca houve democracia liberal porque esta supõe um povo instruído e educado, capaz de tornar-se soberano por si mesmo e por si mesmo escolher a forma de governo que lhe convém, bem como os governantes que em seu nome dirigirão os negócios públicos.
Ao proclamar-se a república em 15 de novembro de 1889 possuía o Brasil cerca de noventa por cento de analfabetos, o que irrefutavelmente demonstra que a sua independência política em 1822 foi efetivada por uma pequena minoria que escolheu o regime monárquico constitucional representativo e o governou durante sessenta e sete anos. Isso pode ser oligarquia, nunca democracia.
O regime republicano foi instituido como vimos sob a indiferença do povo, pelo Exército e por um diminutíssimo grupo de civis eminentes. A forma de governo