cuidadosamente desde longo tempo, que nada concebia fora da sua execução, à qual nada poderia perturbar ou alterar. Com essa mentalidade rija, inflexível, não podiam os alemães admitir o fracasso do seu plano e esqueciam que os imprevistos na guerra surgem frequentemente mudando a face das operações.
Ora, os franceses haviam recuado até onde era possível recuar sem comprometerem definitivamente o êxito da guerra — até a linha do Marne. Preparada essa linha para a máxima resistência e afastados bastante os alemães das suas bases de operações, era óbvio que os franceses aí tudo empenhariam para bater o inimigo. Este ataca a fundo, impetuosamente. Von Klück,comandante do exército alemão da extrema direita, cuja mentalidade não podia admitir que o exército francês de Paris abandonasse a defesa dessa praça para tomar parte na batalha, ataca por sua vez a fundo, dando o seu flanco direito e a retaguarda aos defensores dessa cidade. O general Gallieni, governador de Paris, e o general Manouri, comandante do exército de defesa, tendo ambos outra mentalidade, ao saberem da situação crítica do inimigo nem por momentos vacilam. Resolvem atacar imediatamente Von Klück e o desbaratam inteiramente, pronunciando-se a derrota dos exércitos alemães que foram obrigados à retirada com duras perdas.
Estava salva a França.
Ora, dados os grandes recursos dos beligerantes e o estado mental e moral de franceses e alemães, a guerra teria que se prolongar por tempo imprevisível, uma vez que falhara o plano alemão e que a França não fora esmagada. Era questão de vida ou de morte para esta a resistência a todo transe ao embate do inimigo que precisava ser derrotado para que ela pudesse conservar a sua integridade. Por outro lado, o desejo de hegemonia mundial por parte da Alemanha, o seu