castanheiras e das sumaumeiras, e os diademas das palmáceas são como um alívio ao olhar estendido para aquela monotonia de folhagens.
Mas isso é o panorama melancólico da selva, o conjunto imutável, a paisagem lúgubre, contínua, invariável, que tem sido, mesmo antes da visada genial de Euclides da Cunha, mesmo para os mais entusiastas amazonistas, a decepção de todos os viajantes, entorpecendo toda admiração e abafando, sob a ardente temperatura tropical, toda exaltação e todo arrebatamento.
Essa é a massa florestal que se vê de longe, dos deques dos transatlânticos: a selva sem termo, sem variantes, sem atrativos, mais inalterável e mais cansativa do que o próprio oceano.
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Na enchente, as águas carregadas de sedimentos, de um róseo sujo, invadem as terras de aluvião, transbordam nos paranás e nos igarapés, atingem os fustes das árvores — e o deserto lacustre torna-se ainda mais apavorante, como se toda a terra volvesse à época primitiva,
Imagem: 1- Um aspecto do alto Rio Branco; 2- A cheia amazônica
Imagem: Um aspecto do rio Negro