À Margem do Amazonas

Não é, porém, somente a farmacologia que perde esse tesouro incomparável.

A indústria dos perfumes tem ali, naquele sombrio reinado de folhas, de caules, de raízes, de tubérculos, de óleos, um laboratório imenso e original.

Os grandes exploradores do olfato humano ficariam deslumbrados diante desses aromas raros, finíssimos, ignotos, que se evolam da mata.

O vinde-caá (Panicum brevifolium), a preciosa (Anniba canellila), o puchury (Nectandra puchury), o cumaru (Dipteris odorata), o sândalo americano (Santalum album), o cujumary (Aydendron cujumary), o cravo,(Caryophyllus aromaticus), a periperióca amacaca-poranga, o cipó-cheiroso — uma centena de fluídos exóticos, cheios de languidez e doçura, rescende em cada recanto da selva.

E os frutos, os palmitos, os sumos que alimentam?

O bacuri, o murici, o abio, o cupuaçu, o biribá, a sorva, muitos outros, satisfazem paladares exigentes.