e bateia nas mãos, adivinhou essa formidável riqueza. Durante esse longo período foi tido como um louco, um visionário, um insensato.
Mas a verdade, só agora compreendida, é que suas mãos grosseiras tremeram mais de uma vez ao contato de pepitas e diamantes.
Mostrou a toda gente o resultado das suas pesquisas, do seu imenso labor, da peregrinação espantosa que lhe consumiu toda a mocidade.
Esse homem, esse herói anônimo, chama-se Severino Pereira da Silva. Não tem credenciais, não tem diploma, quase não tem instrução. É garimpeiro por índole, por profissão, por convicção.
Das suas terras auríferas no Iramutã e no Rucá saíram, no ano passado, por processos rudimentares de extração, para mais de trinta mil gramas de ouro destinado ao Banco do Brasil!
Esse homem rude, simples, obscuro, desfez uma lenda nociva ao Amazonas — e em verdade, assim obscuro e rude, vale mais do que toda uma farândola de técnicos.