À Margem do Amazonas

As gentes do Orenoco espantaram-se diante de Xavier de Moraes, porque julgavam que a terra do Guaynia era povoada de monstros e gigantes, e nela tinham talvez nascido os estranhos mitos ameríndios: O Mapinguary devorador, o Caapora malígno, a Boiassú insaciável, a Boiuna aterradora — tudo o que a imaginação alucinada criara em delírios de pesadelo.

O Rio Negro, deserto, sombrio, faminto como todos os rios de águas escuras na Amazônia, doentio, triste, só poderia inspirar lendas sinistras.

Mariuá foi um erro inexplicável dos primeiros Governadores; um século de retardamento para o Amazonas — e ninguém hoje acreditará que essa mísera Villa de Barcellos foi antigamente a poderosa metrópole da Capitania de São José do Rio Negro.

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As suas terras sentiram também os passos dos grandes sábios que por elas se internaram: Bernardo Pereira de Berredo, o historiador inesquecível