À Margem do Amazonas

couro crú, seguido apenas por um índio que o adorava?

Que coragem se poderia comparar a de Francisco Xavier de Moraes, que em 1747 atravessava a teia dos múltiplos cursos d'água do alto Rio Negro, e rompia o Cassiquiare, ignorando certamente que transpunha o divortium aquarum das bacias do Amazonas e do Orenoco?

E à de Isidoro Ferreira, explorando sozinho o Waupés, o Issana, o Tiquié, nas fronteiras da Venezuela, afrontando a indiada bravia?

Mas seriam sem conta os fatos de autêntica temeridade desses exploradores do rio, desde esse Fritz inigualável na sedução e na paciência com que arrebanhava os nativos, até esses carmelitas que fundaram Mariuá, escolhida por Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal, para sede da Capitania.

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Todo o Rio Negro retém nas suas margens e nas margens dos seus grandes tributários uma longa, estrangulante história de heroísmo, de suplícios, de maldades e de lendas.