escorregadio, vagaroso, mal poderá acreditar na sua medonha ferocidade, na agilidade pasmosa, no ímpeto instantâneo dos seus assaltos.
Às vezes, oculto nos capinzais ou nas ervas, quieto, imóvel, distendido, como se o tomasse profunda letargia, parece inofensivo, quebrado de fadiga ou deliciado em profunda indolência gozando o calor do sol.
Mas, quase sempre, é nessa atitude de sossego e de inércia que ele monta guarda ao tosco ninho de ovíparo trabalhado em galhos secos, próximo à água. Nada o faz abandonar a tenaz vigilância. Vive para aquele montículo de oito, dez, doze ovos enormes, que dentro de pouco tempo irão perpetuar a horrenda espécie. O instinto adverte-o de que sem esse permanente cuidado, a postura será devorada por outros animais ou destruída pelos que não lhe perdoam a maldade.
Ali ficará até ver os filhos livres, espertos, correndo pelo mato, procurando a água.
E animal ou ser humano que porventura se aproximar desse ninho grosseiro, terá de se defender, seja como for, da mais furiosa, da mais brutal investida do monstro.