À Margem do Amazonas

A obstinação da Natureza vencia, afinal, a obstinação do homem.

O único recurso era a fuga — a montaria ou a igarité carregada de gente, de móveis, de animais rumando para algum trecho de terra firme e para a desgraça de um exílio torturante.

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Na várzea alagada onde houvera alegria, vida, felicidade, restam apenas os tetos agudos das casas e das choupanas repontando na branca solidão das águas, parecendo dorsos de sáurios gigantescos, egressos de regiões remotas, subitamente detidos entre as ruínas de um terremoto.

E a grande caudal, girando na mansidão dos remansos, contorcendo-se nos círculos dos rebojos, fugindo no fio da correnteza, arrastava continuamente para outras paragens a espuma amarelada, as árvores arrancadas nos barrancos, as tronqueiras colossais, as formosas ilhotas de canarana povoadas de feras e de pássaros, emigrando suavemente rio afora.