Veio, afinal, o tempo em que a borracha, no auge das cotações absurdas, de quinze a dezessete mil réis o quilo, fez delirar toda a Amazônia.
Seria preciso um enorme volume para contar toda a história desse delírio, desde os crimes tremendos que celebrizaram dezenas de seringais, no ermo bárbaro, sem leis, sem justiça, sem ordem, sob a fúria dos instintos, até os delitos inqualificáveis dos governantes, amorais, desonestos, ignorantes, inconscientes.
Mas o tempo de insânia passou como dolorosa lição à ganância, ao orgulho e à imprevidência
Todo o vale despertou, enfim, dessa loucura nefasta, abatido, combalido, arruinado, porque a borracha absorvendo todos os braços válidos, toda a atenção, todas as energias, não permitiu que se desenvolvessem outras indústrias, paralisou toda iniciativa, sugou terrivelmente todas as forças.
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O estrangeiro sagaz, logo no começo dessa fase de dinheiro e de imprevidências incríveis,