À Margem do Amazonas

Assim vive Manaus, dentro dessa íntima e perpétua alegria, atravessando complicadas crises políticas, alarmantes crises comerciais, furiosas profecias de aventureiros, anátemas sensacionais de vencidos e ingratos.

Nada — mau grado os embaraços de toda ordem — tem faltado para o seu radiante progresso.

Possui, desde o início da sua independência territorial e econômica, esse elemento inconfundível que é o trabalho britânico.

Tem a luz elétrica inglesa que a torna, depois do Rio, a cidade mais bem iluminada do país; o excelente estaleiro inglês; o bonde inglês elétrico (nunca as suas ruas viram os bondes puxados a burro!) o perfeito telégrafo inglês subfluvial; o sereno egoísmo inglês.

Lá está, esse rijo elemento, na linda cidade, edificando, montando usinas, deitando trilhos, jogando tênis, tomando uísque, rosnando ordens, prosperando, sem aderências ao meio, indiferente, honesto, infatigável.

O povo paga as taxas que ele estipula honradamente, admira-lhe a tenacidade, orgulha-se