À Margem do Amazonas

A haste cai sobre o Manatus, com uma rapidez de raio, fulminante.

Transforma-se tudo num instante,

O peixe-boi é cem vezes mais possante que o pirarucu; e em muitas ocasiões a sua pesca tem sido fatal a muita gente.

Há agora ali um turbilhão espantoso. As águas têm rebojos de corredeiras; espadanam em torno, revoltas, erguendo espumas e detritos; o capim revolve-se abrindo-se em touceiras; parece um cataclisma!

No meio desse pequeno maremoto, os tripulantes da montaria fazem prodígios para salvar a embarcação de um naufrágio, evitando os choques com as galhadas dispersas nos barrancos, viradas bruscas da canoa.

Enfim, o peixe-boi, furioso, procura o rio largo como um grande campo de ação para a sua bravura. Dispara vertiginosamente, preso pela arpoeira, arrastando a canoa que voa sobre as águas.

Às vezes, leva três, quatro horas, nessa correria infernal, saltando, estacando, mudando de rumo, prosseguindo na carreira diabólica.