À Margem do Amazonas

Os povos limítrofes por duas vezes tentaram invadir, pelo norte e pelo nordeste, as terras do Rio Branco: os Espanhóis em 1775, em busca do Lago Parimé, estimulados pelo padre Gomilla, Superior dos Jesuítas do Orenoco — extraordinária figura de peregrino, farejando riquezas, traçando mapas, improvisando roteiros, catequizando selvagens, varando a selva bravia, indiferente aos sofrimentos, exercendo a sua dupla missão de missionário e garimpeiro.

Os portugueses derrotaram os invasores espanhóis nas imediações do Forte de Santa Rosa, em duro recontro.

Mais tarde, em 1839, quando o Amazonas ainda era uma simples comarca da Província do Pará, o Rio Branco era novamente assaltado pela gente guianense vinda de Demerara. O governo tratou logo de expulsá-la, confiando a empresa perigosa a um frade carmelita — Frei José dos Innocentes, esquisito perfil de sacerdote, guerrilheiro e político.

Essas violentas invasões na faixa fronteiriça cessaram logo após a construção do Forte de São Joaquim, abandonado desde o governo repúblicano.