À Margem do Amazonas

A Inglaterra notou esse desastrado abandono, percebeu o nosso claro desdém por aquelas terras magníficas, exigiu sagazmente uma retificação de limites; e por fim, a infeliz arbitragem do Rei da Itália (apesar das severas e brilhantes reclamações de Joaquim Nabuco) arrebatou ao Brasil vinte mil quilômetros quadrados, todas as minas do Pirára e a grandiosa serra do Quano-Quano, onde existem as matas riquísimas de muirapinima.

Desde então o Rio Branco vem atravessando o seu destino de repudiado.

As grandes Fazendas fundadas por Lobo de Almada desapareceram inexplicavelmente, restando apenas a de São Marcos, melancólica, burocratizada, inútil, com as pastagens escassas e o gado raquítico a morrer de velhice. Os seus sucessivos administradores nada puderam fazer porque um acervo de leis absurdas, de formalidades administrativas, não permitem uma só resolução que possa trazer benefícios à prosperidade. É uma repartição pública, imprestável e ridícula, funcionando no descampado entre casebres ordinários e o capinzal enfezado.