À Margem do Amazonas

Mas essa torrente humana que se multiplicava assustadoramente, que se alastrava por toda parte, ávida, ansiosa, fremente, em busca da árvore maravilhosa da borracha, rechaçou, afastou do seu caminho, violentamente, o pobre nativo.

O caboclo boníssimo viu a diabólica ambição do nordestino, os seus furores de cobiça, o desespero da sua voracidade. Acossado de uma terra de excessiva avareza, caíra numa terra de excessiva prodigalidade.

Deixou-o na lida infernal. Arrumou na montaria a família, os trastes, os chirimbabos, desceu o rio, encostou a canoa noutro barranco longínquo, fez nova barraca, e foi viver mais desprendido ainda, mais risonho, entre a floresta e as águas que lhe davam todo o encanto e toda a felicidade da vida.

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Tem sido esse o seu obscuro papel nas tragédias e nas farsas desse desmedido cenário verde.

Ao seu lado, como consolo único da ingratidão, do egoísmo e da brutalidade do ádvena,