eleições, delegados e subdelegados, e a sublimidade de combinações políticas em territórios quase desertos.
O professor Agassiz dizia que o Amazonas não é um rio, que nem estes territórios que ele banha são propriamente um continente. É uma grande bacia d'água semeada de ilhas, um mar interior de água doce. Não pode ser um continente um país que está todo o tempo retalhado pelos rios, canais, lagos e furos, e metade do ano submergido na sua maior parte. Tal é a constituição física do baixo Amazonas, sobretudo. Com efeito, quem deixa as terras firmes do Maranhão, carece remontar-se aos montes da Guiana e aos Andes longínquos para encontrá-las de novo. Os que empregam a palavra rio-mar, usam de um vocábulo que a observação autoriza. É um oceano de água doce, dizia-me o Sr. Agassiz sobre o Rio Negro, quando, defronte do Solimões, olhando à direita e à esquerda, se perdem os horizontes na vasta planície aquosa; um oceano com fenomenos idênticos, até Almeirim com as marés diárias, como no Atlântico, sob a influência da lua; daí por diante com as extraordinárias marés semestrais da enchente e vazante, sob a influência do sol. É, pois, como qualquer dos mares interiores do globo, um sistema de comunicações a aproveitar entre os povos do mundo, porque os mares pertencem a todos.