O Vale do Amazonas

desatres de alguns dos dominadores liberais, eis que os espíritos se agitam de novo, os horizontes se alargam, e ali, das alturas do governo, hasteia-se e firma-se com denodo a bandeira do progresso.

Glória à liberdade! O seu culto não desaparece nunca, como desaparecem e suscedem-se as religiões idolatras. Não são os dogmas que passam, são os druidas que se extinguem, são os augures que se somem. O que fica, é o evangelho do progresso, é a liberdade. Deixai que passem os infelizes, os inábeis ou os desastrados. Basta que o espírito de reforma não morra, basta que viva a crença liberal.

O país não pertence aos ídolos; prefere os princípios. Desembaraçado dos ídolos, o país se volve para aqueles que sabem o que querem, os verdadeiros liberais, os reformadores, os inimigos da rotina, os derribadores das estátuas de barro, os adversários da palavra oca, os homens de ideias.

A salvação da sociedade está justamente nessa incontestável tendência para as cousas úteis, para as reformas necessárias, irresistível corrente a que se não pode pôr de frente ninguém, ninguém, ou cinja a coroa dos louros civis, ou cingisse embora o diadema real.

Esta sede de novidade, esta transformação moral, esta força democrática, é que alenta e comove a nação. Nomes, palavras, discursos vãos, tudo isso é já irrisório. Só merecem conceito a reforma útil e o sujeito de préstimo.