O Vale do Amazonas

Costuma-se exagerar as injustiças das grandes potências contra nós. No negócio de que tratamos, porém, o proceder da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos merece louvor. As repúblicas do vale do Amazonas haviam franqueado os seus portos fluviais às bandeiras dessas potências, e o Peru celebrará convenções com elas para esse fim. Os atos daquelas repúblicas eram geralmente aplaudidos; nos Estados Unidos, até, organizaram-se empresas para navegarem a vapor o grande rio. Só o Brasil se opunha, e opunha-se tenazmente; pois bem! sem o emprego de outro recurso mais que a discussão, viu-se as duas grandes nações marítimas cederem diante da nossa política (1854). Respeitaram o que apregoávamos ser direito nosso.(5)Nota do Autor Deixaram pesar inteira sobre nós a responsabilidade de recusar-lhes a livre navegação, medida que aliás interessava antes de tudo ao próprio Brasil. A pretensão delas era popular em toda a América; a nossa recusa, antipática: nós preferimos isolar-nos entre as quatro paredes do nosso direito, mas elas não o violentaram.

Entretanto, no Rio da Prata, se o Brasil não foi quem iniciou a política da livre navegação que ali prevalece desde a queda de Rosas, ao menos associou-se a ela,