Imagine-se o preço por que não hão de elas ser vendidas no Beni, departamento mais distante, aliás colocado na linha fluvial do Amazonas, no caminho da Europa pelo Pará, caminho muito mais curto e muito mais cômodo. Donde se pode concluir com segurança que, se a viagem pelo Amazonas reduzisse o frete, não a uma quinta parte, como é possível, mas somente a metade nos primeiros anos, pois que a mesma viagem será metade menor pelo menos, é certo que esse comércio considerável se encaminhará todo para os nossos portos fluviais. Donde se conclui também que, feitas as primeiras tentativas com êxito feliz, esse comércio aumentará sempre em uma razão progressiva e de um modo espantoso. Ele produzirá para a Bolívia, como já o disse alguém, a revolução que no comércio do mundo operou a descoberta da passagem para as Índias pelo cabo da Boa Esperança, ou a que há de fazer, no século atual, a navegação direta pelo isthmo de Suez e Mar Vermelho.
Eis aqui notícias das distâncias:
De Cochabamba a Tacna, cidade do Pará, por onde se vai a Arica, porto preferido pelo comércio da Bolívia, há cerca de 14 dias de viagem, através da cordilheira. Pela distância a que ficam dos portos marítimos, os habitantes de Cochabamba, como os nossos de Minas Gerais e Goiás, aplicam-se a certas indústrias manufatureiras; tecem o algodão