O Vale do Amazonas

e até já houve quem ali fabricasse pianos (Gibbon, p. 144 e 145).

Santa Cruz fica além de Cochabamba, no rumo de leste; entre as duas cidades há 107 léguas, que demandam 30 dias de viagem para mulas carregadas. De Santa Cruz a Arica há cerca de 40 dias; e a Cobija, por Cochabamba e Potosi, não há menos de três meses, porque é uma distância de 345 léguas. O regresso exige outro tanto. A viagem redonda, pois, consome seis meses, e é duvidoso, acrescenta Gibbon, que por ano se possam fazer duas (p. 160). Por isso é que esse departamento procura produzir tudo, ainda que de má qualidade, e caro, desde os objetos de ouro ou prata e os tecidos, até os gêneros alimentícios próprios de climas diferentes.

A necessidade de atrair o comércio cisandino para o Amazonas resulta de tudo isso. Veremos, na parte destas notas relativa aos afluentes do grande rio, as vantagens e as facilidades que se encontrarão no baixo e alto Madeira.

Cumpre que, pela nossa parte, nos apressemos em atrair para os portos Brasileiros esse valioso comércio dos territórios aquém dos Andes, quer na Bolívia, quer no Peru, quer em Venezuela, quer em Nova Granada. Temos concorrentes nesse empenho, relativamente à Bolívia.

Já o Peru traçou, construiu e pretende construir uma série de pequenas estradas de ferro,