O Vale do Amazonas

"Nas minhas longas peregrinações pelos afluentes do Amazonas, acrescentava o mesmo informante, convenci-me de que o diretor de índios não presta serviço ao público, nem ao menos fornece remeiros aos navegantes, que careçam; quando eu precisava de índios, entendia-me pessoalmente com estes, e nunca faltam eles a quem os alimenta bem e lhes paga em dia."

Ora os aldeamentos não prosperam. São estacionários ou decadentes. Não valerá mais restituí-los ao direito comum, ao regimen das autoridades civis? O relatório do presidente do Pará, o Sr. Couto de Magalhães (1864, p. 12), fulminando severamente os abusos dos diretores, propunha que sejam abolidos e dizia que essas autoridades sujeitam os míseros índios a uma verdadeira servidão; que a presidência recebe repetidas queixas contra eles; que a ação do Estado a respeito dos índios se deve limitar a punir os crimes contra eles cometidos. No mesmo ano, em seu relatório (p. 37), o presidente do Alto Amazonas, o Sr. Adolpho de Barros, dizia que seria benefício para o índio libertá-lo dos diretores, que denomina perseguidores oficiais; e acrescentava estas palavras: "Não conta o índio por via de regra inimigo mais desapiedado, nem mais rápido, do que esses titulados tenente-coronéis (os mesmos diretores); e as cruezas, abusos, e despotismo exercidos por eles, são muito mais fatais a obra da catequese e civilização, por que