O Vale do Amazonas

ainda de libertar os índios da tutela tradicional, que não é oportuno estender-lhes o regimen civil comum, que antes cumpre retroceder ao sistema colonial, confiar os indígenas a catequese do clero, organizar como outrora as missões dos índios e a redução do gentio, e que isto se deve fazer em uma vasta escala, sob a direção dos bispos, a expensas e com a proteção do Estado. Um recente aviso do Sr. ministro das obras públicas autorizou a presidência do Amazonas a suprimir os diretores parciais de índios, e ordenou que a direção moral e material dos mesmos fosse incumbida aos missionários, sem tornar este serviço dependente imediatamente do bispo. Confesso que muito confio no zelo apostólico do digno prelado do Pará, caráter enérgico e homem de fé viva; mas não creio em tal sistema. O regimen militar dos diretores atuais sucedeu as antigas missões dos padres, que se desacreditaram e às vezes embaraçavam a autoridade civil; em relação a elas, o regimen das diretorias foi um progresso. Nos Estados Unidos e na República Argentina, onde os índios ainda vivem em tribos, não é o governo, nem é pelo auxílio do governo que a catequese se faz; ninguém acredita nesses países que possa um sacerdote ensinar agricultura e ensaiar nas indústrias a um indígena; apela-se para a ação do tempo e para a prática com a gente civilizada, que lentamente transformará senão os índios atuais, ao menos os seus descendentes. Que a igreja, porém, pregue e exerça a catequese,