mundo pelos seus inimigos, que são os adeptos do czarismo, do papismo, do absolutismo sob todas as formas, os inimigos da dignidade e da razão humanas desde os cortesãos de Viena até os cardeais de Roma. Que pesar profundo não experimenta quem se recorda da popularidade que nos altos círculos do Rio de Janeiro granjearam escritos agressivos da democracia norte-americana, aliás publicados aparentemente por bem dos nossos direitos exclusivos à navegação do Amazonas!
Mas essa época lamentável passou felizmente. A sombra que deixou está se apagando. A própria companhia, a quem então coube o monopólio da navegação a vapor, veio agora, para não afrontar o espírito público, fazer coro com os que pedem a livre navegação do Amazonas. O mesmo governo por duas vezes, de modo positivo, ratificou o compromisso anterior de franquear em breve o comércio fluvial a todas as bandeiras.
Senhores, a política do gabinete imperial tem-se, é verdade, gradualmente inspirado em sentimentos mais humanitários e dignos do século. Não é, porém, lamentável que o nosso mediterrâneo, cuja grandeza é cousa averiguada desde a famosa expedição de Pedro Teixeira há mais de dous séculos, cuja opulência é hoje proverbial depois dos escritos de Humboldt, continue ainda trancado de fato aos povos industriosos do norte do globo,