O Vale do Amazonas

essencial), o meio de adquirí-lo é o de uma transação conveniente aos dous Estados. Entretanto, temos para esse fim recorrido a expedientes pouco legítimos. Há pouco mandamos criar um destacamento ou posto militar na cachoeira de Santo Antonio sob o pretexto de policiar a navegação, que aliás se faz sem isso; e, por outro lado reclamamos contra qualquer tentativa de colônias bolivianas nessas paragens. Já se fez mais: já invocamos certa portaria de 1849, em que um nosso presidente (o ilustre finado Jeronymo Coelho) indicava a dita cachoeira de Santo Antonio como sendo o ponto de partida, para alegar hoje uma posse do Brasil não contestada pela Bolívia!

Deixemo-nos, porém, de sofismas. Caminhemos pelo trilho seguro da franqueza; negociemos com boa fé, comprando um território que nos serve nessa fronteira do norte ou com a cessão de outros ao sul, de que não carecemos, ou com o presente generoso da livre navegação.

Uma negociação renovada sobre tal base não falhará.

Estas considerações e as do artigo precedente chegam ao seguinte resultado:

O modo prático de solver as questões de limites com a Bolívia é renunciar à política egoística e mesquinha da metrópole, e tomar a livre navegação por base de ajustes conciliadores.