que essas cousas todas lhe não respeitam de nenhum modo, e que pertencem a um estrangeiro poderoso chamado governo. Quanto a ele, o habitante, goza de tais bens como usufrutuário, sem espírito de propriedade, sem projeto algum de melhorá-los... Quando as nações chegam a tal ponto, é forçoso que mudem de leis e de costumes, ou que pereçam; pois a fonte das virtudes cívicas está nelas esgotada; aí se encontram vassalos, já não se veem cidadãos. Tais nações estão preparadas para a conquista. Se não desaparecem da cena do mundo, é que semelhantes ou inferiores a elas são as nações que as cercam... Mas, acrescenta o mesmo ilustre publicista, se não depende das leis reanimar crenças que se extinguem, das leis depende interessar os homens nos destinos do seu país. Das leis depende despertar e dirigir esse vago instinto da pátria que jamais abandona o coração do homem, e, prendendo-o aos pensamentos, às paixões, aos hábitos diurnos, fazer desse instinto um sentimento refletido e duradouro. E não se diga: «é tarde demais para tentá-lo»: pois as nações não envelhecem da mesma sorte que os homens. Cada geração que surge no seio delas é como um povo novo que vem oferecer-se à mão do legislador".