as nações que nos transmitiram o sagrado depósito da civilização e os povos que apodreceram no vício e nas trevas, não se poderiam mais distinguir, confundir-se-iam todos no sinistro domínio da fatalidade. A história do progresso humano não é mais, com efeito, que a das fases do desenvolvimento ou compressão desse divino atributo da criatura, a que se dá geralmente o nome de liberdade. A grande massa do bem, isto é, do progresso realizado em um século, "é a soma acumulada de produtos da atividade dos indivíduos, das nações e dos núcleos que compõem as nações, nesse século". É uma trivialidade repeti-lo; mas não se deve perder de vista essa noção evidente, quando se trata de julgar os sistemas de governo. Em verdade, se o progresso social está na razão da expansão das forças individuais, de que essencialmente depende, como se não há de condenar o sistema político que antepõe ao indivíduo o governo, a um ente real um ente imaginário, à energia fecunda do dever, do interesse, da responsabilidade pessoal, a influência estranha da autoridade acolhida sem entusiasmo ou suportada por temor?
Essa inversão das posições morais é fatalmente resultado da centralização, seu efeito necessário, fato experimentado, não aqui ou ali, mas no mundo moderno e no mundo antigo, por toda a parte, em todos os tempos, onde quer que tenha subsistido. Surgem exemplos justificativos; não carecemos apontá-los, são assaz conhecidos. Insistamos, porém, em uma das consequências morais do sistema político que suprime a primeira condição da vida.
Estes móveis do nosso organismo, tão mesquinho por suas debilidades, quão magnífico na sua estrutura, — o dever abstrato, o interesse bem entendido,