conquanto a cada passo se descubram semelhanças entre os sistemas dos dous países (13)Nota do Autor. Pouco importam, porém, diferenças em pontos secundários, quando há identidade no essencial: demais, a superioridade de um método de governo sobre outro não se estabelece por tais analogias entre nações diversas, mas perante o interesse de cada qual. É estudando o interesse do nosso país, que perguntamos: não será tempo de rever as leis e os decretos parasitas que amputaram a reforma de 1834, renovando a centralização contra a qual se insurgiram as províncias? Será justo que nenhum quilômetro de caminho de ferro se possa construir na mais remota parte do império, sem que o autorize, sem que o embarace, o demore ou o condene o governo da capital? Será razoável que o Pará, há mais de 14 anos, solicite uma ponte para a alfândega; Pernambuco, desde 1835, a construção do seu porto; e o Rio Grande do Sul, desde a independência, um abrigo na costa?
Não se pode desconhecer a centralização em país onde, cumpre dizê-lo, ela está desta sorte ameaçando a paz pública. Sua influência política não é menos sensível, porém, que o retardamento do progresso material; façamos a este respeito algumas considerações inspiradas pela crise em que labora a doutrina liberal.
Considerai a disposição geográfica das populações desta parte da América. Abstraí do presente um instante, volvei alguns anos na fantasia; figurai-vos a perspectiva geral do Brasil no próximo século: será temerário supor que o vale do Amazonas, cujas feições se estão pronunciando ao sol do equador, que