A Província - Estudo sobre a descentralização no Brasil

o do S. Francisco, linha de união, ligando o sul ao extremo norte, que a região tropical banhada pelo Paraíba e limitada pelas montanhas do Rio, Minas e S. Paulo, que o Rio Grande e Santa Catarina que se germanizam a olhos vistos, que o vastíssimo oeste estendido das margens, do Tocantins às do Paraguai, bem depressa ostentem cada um, não diremos tendências contrárias e repugnantes, mas traços distintos, civilizações desiguais, como serão distintas e desiguais suas raças predominantes? Já as estatísticas administrativas permitem enxergar no ainda confuso mapa político os grupos que o futuro verá claramente. Quereis apreciar em algarismos o fato de que algumas, pelo menos, das províncias, por sua situação geográfica, apenas se prendem oficialmente ao governo central situado tão longe delas? Citemos ao acaso: seja o Maranhão, por exemplo. O valor do seu comércio direto era em 1867 oito vezes maior que o das suas transações com todos os portos do império; estas mesmas limitavam-se às províncias limítrofes, ao grupo que constituía o antigo estado do Maranhão. Com o Rio de Janeiro, como se fora estado de além-mar e governo estranho, as transações apenas atingiram a 223 contos em um dos anos de maior atividade comercial (1863-64). Outro esclarecimento luminoso fornece a estatística do correio. Em 1865 expediram-se pela estação central do correio brasileiro 7.385.998 volumes, cabendo mais de dous terços ao território situado ao sul da Bahia: apenas dois milhões representam as relações da capital com o resto do Brasil; e, se afastarmos a Bahia, Pernambuco e o Pará, somente ficam, para as oito restantes províncias do norte, 400.000 volumes, nos quais todavia se compreendem os diários e a excessiva correspondência oficial. Demais, quem viaje por este extensíssimo

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