A Província - Estudo sobre a descentralização no Brasil

de Passos, Uberaba, Paracatu e Januária, com o sul de Goiás desde o Paranaíba até o alto Araguaia.

S. Paulo toma as comarcas de Lorena e Bananal ao Rio de Janeiro, assim como este ocupa, além do Paraíba, um território que devera de unir-se ao Espírito Santo.

Não menos evidente, ressalta do mapa do Brasil o outro fato assinalado.

O que são o Alto Amazonas e Mato Grosso inteiros? As extremidades setentrionais e meridionais do Pará? O ângulo meridional do Maranhão (comarcas de Pastos Bons e Carolina) e o setentrional de Goiás (Boa Vista e norte do Porto Imperial)? O que são, finalmente, os abençoados Campos Gerais que do Rio Grande, ao norte de S. Paulo, se estendem até ao Uruguai em Santa Catarina, e à serra de Maracaju em Mato Grosso, limitando com o Paraguai e Corrientes? Desertos, imensos desertos, cobrindo três quintos da superfície do Brasil, 150.000 léguas quadradas. Como conceber administração expedita e segura em tais extensões, ou formem uma só província, como Amazonas e Mato Grosso, ou se prendam a outras, como as demais? Como acreditar que nessas solidões funcionem seriamente as instituições de um povo livre, instituições que aliás podem manejar as populações, muito mais felizes, do litoral? Como desconhecer que atualmente essas regiões são apenas campo de exploração política de algumas sumidades do Rio de Janeiro, e que o sistema representativo traduz-se para elas em uma permanente corrupção? Como encobrir que aí não se promovem melhoramentos alguns, e que sua triste imobilidade só poderá ser interrompida por administradores sem preocupações políticas?

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