por 21 contos de réis, no decênio que principiou em 1602, ou sejam 4.800 contos, em poder aquisitivo de hoje. No final do domínio espanhol, já rendia 24 contos, ou sejam 5.500 contos de hoje.
Quais seriam os lucros dos arrendatários desse comércio?
Em 1602, esse pau adquirido pelo contratante no Brasil, a 1$000 o quintal, era vendido a 4$000 em Lisboa, dando por quintal um lucro bruto de 3$000.
Num embarque de dez mil quintais, limite máximo admitido no contrato, registra-se :
Renda bruta - 40 contos
A deduzir:
Custo no Brasil - 10 contos
Despesas com transportes para Portugal - 3 contos
Pago à Fazenda Real – 21 contos
Total - 34 contos
Saldo - 6 contos
ou sejam 15% sobre o valor total da venda
Constituía, no entanto, o negócio uma operação arriscada porque, além do empate do capital e demora possível das vendas, havia os riscos do mar, naufrágios, pirataria, irregularidade de suprimentos etc..
Em 1606 o arrendatário devia três anuidades à Coroa; foi executado e parece que, com a garantia dos cinco mil quintais em depósito e mais 9.109 quintais apreendidos, a Coroa pouco perdeu.
Passados 200 anos, ainda o pau-brasil constituía verba ponderável na receita do erário, avaliada em 120 contos de réis no orçamento de 1823, ou sejam sete mil contos em poder aquisitivo atual. (9)Nota do Autor