se tem as bênçãos de dois grandes mestres, dos maiores que temos tido. O mau é que vão os imitadores fazê-la, sem estatísticas, nem documentos...
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Tal história do Brasil, vista a esta luz natural — porque a outra, parece, agora, feita à luz artificial de fastidiosa enumeração administrativa e talvez política — tem conexão com o todo, a história universal ou da civilização. Porque nossa história tradicional, a que estudamos até agora, é um corpo isolado, autônomo, sem nenhuma dependência com o resto, a história da América ou a do mundo. Nem mesmo tem quase relação com a história de Portugal. Pode-se saber uma ou outra, ignorando completamente esta ou aquela. Agora, não: à luz natural da economia, o fato precípuo, veem-se as dependências, a infraestrutura fundamental, é um todo coeso a história da civilização. Influi sobre nós e nós influímos sobre outrem. Não somos tão pequenos assim, se os grandes nos devem alguma coisa. Simonsen nos restitui um pequeno orgulho, que não existia, não tinha razão de ser. Por exemplo, não é alguma coisa saber que a América do Sul já foi, economicamente, pelas suas trocas comerciais, superior à América do Norte? Não é muita coisa avaliar que, muito da sua grandeza, nos seus primórdios, nos deve a soberba Inglaterra? O ouro do Brasil, num tempo em que era considerável ao mundo, graças ao tratado de Methwen, passou apenas pelo reino, para a Inglaterra, em troca de manufaturas... O açúcar no século XVII é uma tão bela história universal, como é, nos séculos XIX e XX, o café. Nós demos ao mundo dois prazeres novos que o confortaram, pelo gosto e pelo estímulo,