História econômica do Brasil; 1500-1820

litoral e estes tão pouco o paralelismo geométrico estabelecido por D. João III; á medida que se desenvolveram, desmembraram-se ou receberam novos acréscimos. Os seus colonizadores, quando penetraram pelo sertão, ali se foram estabelecendo e fixando fronteiras naturais, ou outras, resultantes das lutas e transações entre os vários e complexos elementos em jogo.

A conquista, o povoamento e a colonização do continente americano pelos povos europeus, traduzem um dos mais importantes acontecimentos da história. A África, inteiramente dominada, apresenta, ainda hoje, apenas pequenos núcleos europeizados. Na Ásia, continente fortemente populoso e dotado de velhas civilizações, o domínio europeu se revela pelo tipo de colônias de ocupação e de exploração. Na América, no entanto, formaram-se novas nações, filhas da civilização ocidental e a melhor iniciativa sistematizada de colonização foi oriunda de Portugal e aplicada no Brasil.

Numa época em que os espanhóis estavam principalmente absorvidos na conquista e na extração dos metais preciosos, Portugal promovia uma política colonizadora baseada na ocupação, no povoamento e na exploração das indústrias extrativas e agrícolas.

O crescente interesse que se manifestava na Europa pelo açúcar favorecia o fundamento econômico do empreendimento colonizador. A parte administrativa e política e a carência de capitais é que o prejudicavam em face dos problemas americanos. Não foi a deficiência econômica da terra que derrotou muitos dos donatários; foi, principalmente, a falta de segurança para o trabalho, oriunda da hostilidade dos selvícolas, da agressividade dos entrelopos estrangeiros e do próprio corso entre as capitanias, agravada essa situação pelo acanhado dos capitais disponíveis. O regimento traçado às atividades de Thomé de Souza, primeiro