governador do Brasil, esclarece bem essas circunstâncias:
"Eu El-Rei faço saber a vós Thomé de Souza, fidalgo de minha casa que vendo eu quanto serviço de Deus e meu é conservar e nobrecer as capitanias e povoações das terras do Brasil e dar ordem e maneira com que melhor e mais seguramente se possam ir povoando para exalçamento de nossa santa fé e proveito de meus reinos e senhorios e dos naturais delas, ordenei ora de mandar nas ditas terras fazer uma fortaleza e povoação grande e forte em um lugar conveniente para daí se dar favor e ajuda às outras povoações e se ministrar justiça e proveito nas cousas que cumprirem a meus serviços e aos negócios de minha fazenda e a bem das partes etc."
O balanço econômico das capitanias, a que vamos proceder, mais elucida as circunstâncias que acima apontamos. Os primeiros capitães mores, que vieram ao Brasil, como soe acontecer a todos os pioneiros, travaram à sua própria custa o conhecimento do meio, fornecendo, com o seu sacrifício, os ensinamentos quanto aos sistemas de administração e de exploração econômica que mais conviriam à terra.
Balanço econômico das donatarias
Fizeram, pois, os executores do plano colonizador de D. João III o trabalho de pioneiros.
Dos 12 donatários, aos quais foram entregues os 15 lotes em que se dividiram as 80 mil léguas quadradas da então terra de Santa Cruz, apenas três não eram homens de recursos; oito aplicaram no empreendimento, praticamente, a totalidade dos seus haveres e vários deles tomaram por empréstimo os capitais de que necessitavam.