suas fornalhas de fogo direto. São impressionantes, a propósito, as descrições dos viajantes, relatando a pouca segurança do trabalho e as penosíssimas condições em que era feito. E tudo isto no clima quente e úmido de nossa zona litorânea.
\"O português vinha encontrar na América tropical uma terra de vida aparentemente fácil; na verdade dificílima para quem quisesse aqui organizar qualquer forma permanente ou adiantada de economia e de sociedade. Se é certo que nos países de clima quente o homem pode viver sem esforço na abundância de produtos espontâneos, convém, por outro lado, não esquecer que igualmente são, nesses países, as formas perniciosas de vida vegetal e animal, inimigas de toda a cultura agrícola organizada e de todo o trabalho sistemático e regular.\" (3)Nota do Autor
Forçou o colono europeu a cooperação do índio e do negro como elementos indispensáveis para o aproveitamento definitivo das novas terras:
\"No Brasil iniciaram os portugueses a colonização em larga escala dos trópicos por uma técnica econômica e por uma política social inteiramente novas: apenas esboçadas nas ilhas subtropicais do Atlântico. A primeira: a utilização e o desenvolvimento de riqueza vegetal pelo capital e pelo esforço do particular; a agricultura; a sesmaria; a grande lavoura escravocrata. A segunda: o aproveitamento da gente nativa, principalmente da mulher, não só como instrumento de trabalho mas como elemento de formação da família. Semelhante política foi bem diversa da de extermínio ou segregação seguida por largo tempo no México e no Peru pelos espanhóis, exploradores de minas, e sempre e desbragadamente na América do Norte pelos ingleses.\" — (4)Nota do Autor
[link=8101]Ilustração: Engenho e casa grande no nordeste brasileiro, século XVII[link]