História econômica do Brasil; 1500-1820

muito bom e outro somenos, e algum sumamente mau, segundo os mestres que o fazem são bons ou ruins, o os outros engenhos de menos porte costumam a fazer a cinco e a quatro, e ainda as três mil arrobas de açúcar, e os tais são de pouco proveito para seu dono."

Confirma isso que, nos primeiros tempos, os engenhos seriam todos de mais de três mil arrobas por ano; só bem mais tarde apareceram as engenhocas, quando assim o permitiram a disseminação da população e outras condições.

Exalta ainda Brandonio o luxo e a riqueza de muitos colonos e senhores de engenho, provenientes da indústria do açúcar.



Colégio de Santo Antão

Affonso de Taunay, o incansável e erudito mestre da história pátria, mandou imprimir no Tomo IV dos Anais do Museu Paulista a Descrezão da fazenda que o Collegio de Santo Antão tem no Brasil e de seus rendimentos, feita pelo Padre Estevam Pereira S. J., em 1635. Descreve o jesuíta o processo de exploração das terras e o trabalho dos colonos.

"Das terras que estão ao longo do mar ou de rios navegáveis se paga a fazenda de renda em cada um ano a parte do açúcar, que se faz da cana do tal partido, que pertence ao lavrador verbi g. deu a cana do dito partido 600 arrobas de açúcar destas são 300 do engenho onde se fez, as outras 300 (que é a metade) pertencem a lavrador. Destas tem a fazenda cem arrobas que é a terça parte. A estes chamam partidos de terceiro.

Há outros partidos de quarto, de que se paga só a quarta parte do açúcar pertencente ao lavrador, e são os daquelas terras que ficam afastadas de portos de mar, ou rios. Das quais por razão da serventia mais trabalhosa,