História econômica do Brasil; 1500-1820

O açúcar e a mineração

Coincidiu a grande baixa dos preços verificada no fim do século XVII com o início do ciclo da mineração no Brasil; foi o que salvou Portugal e a sua grande colônia de uma crise de maiores proporções. Não me parece procedente o argumento de que foi a mineração que provocou a grande crise açucareira. Esta foi causada pela política colonial das grandes nações europeias, traçadas por Colbert, na França, e por Cromwell, na Inglaterra, exatamente em meados desse século. A preferência colonial tornou tais perspectivas que Portugal se viu forçado a proibir a entrada no reino das sedas francesas, em represália à proibição da entrada do açúcar brasileiro em França. Coincidiram a baixa de preços e os óbices políticos opostos à exportação, com o inicio da mineração. Deu-se, assim, o êxodo de capitais e de escravos para as minas do Brasil central, agravando isso a crise da indústria que a política comercial dos povos europeus havia tornado inevitável.

Depois de um progresso relativamente moderado, no século XVIII, recrudesceu enormemente o consumo do açúcar no século XIX, com a revolução industrial.



Horacio Say

Horacio Say, a quem também devemos o admirável livro sobre Histoire des relations commerciales entre la France et le Brésil, com preciosas informações sobre o primeiro período de nossa independência, assim discorre sobre o açúcar, no Diccionario de economia politica, em 1850:

"O açúcar é talvez de todos os gêneros e artigos aquele que desde o começo deste século mais tem ocupado