Vocabulário açucareiro de Antonil
THEODORO CABRAL — Da Revista Brasil Açucareiro, nº 4, ano III, junho de 1935.
AÇÚCAR BRANCO — Diz Antonil que "o branco toma este nome da cor que tem". E enumera os seguintes tipos: o fino é o mais alvo, mais fechado e de maior peso, é o que ordinariamente dá a primeira parte da forma; o redondo é algum tanto menos alvo menos fechado; o baixo é ainda menos alvo e quase trigueiro na cor; o branco batido é feito de mel que escorre das formas, cozido e batido outra vez.
AÇÚCAR DE CARA FECHADA — é o que, solidificando-se na forma, endurece e dificilmente se quebra.
AÇÚCAR DE CARA QUEBRADA — é o que, solidificando-se na forma, fica quebradiço.
AÇÚCAR MACHO — é o açúcar bem purgado. Os açúcares brancos: fino, redondo e baixo são açúcares machos.
AÇÚCAR MASCAVADO — é o que se tira do fundo das formas.
AÇÚCAR BANQUEIRO — veja banqueiro.
AGUILHÃO — peça de ferro metida no meio dos cilindros de pau do engenho.
APICU — o mesmo que apicum, terreno alagadiço formado à beira-mar pelos resíduos das enchentes. Fica entre o mar e a terra firme.
AREISCO — o mesmo que arisco, terreno arenoso.
BANQUEIRO — oficial que, de noite, fica encarregado da casa das caldeiras. O seu auxiliar chama-se ajuda-banqueiro.
BARRO — argila. "O barro com que se purga o açúcar é tirado dos apicus."
CABUCHO — o açúcar do fundo das formas, ou açúcar mascavado.
CACHAÇA — espuma grossa que se tira das caldeiras na primeira fervura do caldo de cana durante o processo da evaporação. Também significa aguardente.
CALCANHA — varredeira de engenho.
CALIZ — calha de madeira usada nos engenhos de açúcar. "Cano de pau, que chamam caliz."