História econômica do Brasil; 1500-1820

que trae el capitan en muy pocas cantidades, y ciertos pellejos de animales para aforros que vienen en la nao, y obra de cincoenta esclavos que hobieram en el puerto de San Vicente ques en los terminos de Portugal, que los compraron alli la gente que viene en esta dicha nao, los quales compraron a quatro o cinco ducados, de um Gonzalo de Acosta que viene con Diego Garcia, fiados a pagar aca en España, e otros compraron de otros portugueses e se los pagaron en cosas de rescates que llevaban particulares."

O Comandante Eugenio de Castro, na conferência proferida por ocasião do quarto centenário de São Vicente, menciona que Gonçalo da Costa, associado ao Bacharel e a outros portugueses, acordara com Diego Garcia, que comandava uma expedição espanhola ao Rio da Prata, "uma carta de fretamento de 800 escravos para a nau grande espanhola, a maior que, pelo calado, não julgava capaz de entrar rio Rio Solis", como era então conhecido o estuário do Prata.

Independentemente das produções em maior escala, para fins de comércio, era muito difícil a própria subsistência do homem europeu, sem o apoio de elementos servis que conhecessem os recursos da terra. É o que confirma Pero de Magalhães Gandavo, no seu admirável Tratado da terra do Brasil, escrito por volta de 1570: "Os moradores desta costa do Brasil todos têm terras de sesmarias dadas e repartidas pelos capitães da terra, e a primeira cousa que pretendem alcançar, são escravos para lhes fazerem e granjearem suas roças e fazendas, porque sem eles não se podem sustentar na terra; e uma das cousas porque o Brasil não floresce muito mais, é pelos escravos que se alevantarão e fugirão para suas terras e fogem cada dia; e se estes índios não foram tão fugitivos e mudáveis, não tivera comparação a riqueza do Brasil.