História econômica do Brasil; 1500-1820

a indústria básica da colônia era o açúcar. Já tivemos ocasião de verificar que, no século XVII, a produção anual deveria ter atingido a mais de dois milhões de arrobas. O Padre Vieira calculava que, em meados desse século, o Brasil teria 33 mil escravos; Varnhagen avaliava em 40 mil e Gaspar Dias Ferreira, em cerca de 50 mil. Na base de 60 arrobas por escravo, a produção açucareira seria, assim, de dois e meio milhões de arrobas. (6)Nota do Autor Outros cronistas admitem que, dos escravos, 2/3 eram africanos. A produção total do açúcar, no século XVII, está computada, de acordo com os gráficos que organizamos, em cerca de 180 milhões arrobas. Admitindo-se a produção média de 50 arrobas por escravo, o que não é muito para terras novas, e um desgaste tal que limite a sete anos a vida efetiva de um escravo, (7)Nota do Autor concluiremos que o século XVII absorveu, na produção açucareira, 520 mil escravos. Desses, teriam sido importados do continente africano no máximo 350 mil. Durante a sua ocupação, os holandeses, em dez anos, importaram cerca de 23 mil escravos e avaliavam, em 1637, em quatro mil escravos anuais as exigências da colônia (Varnhagen). O estudo de muitos documentos relativos aos antigos engenhos dão ainda uma produção por escravo maior do que a que apontamos. Não é, portanto, exagerado o limite máximo que calculamos para o século XVII.

A indústria açucareira continuou a evoluir, havendo um declínio no volume de sua exportação em princípios do século XVIII, uma melhoria de situação em meados, novo declínio no final do século e uma nova ascensão a partir de 1820. O total do volume de açúcar