História econômica do Brasil; 1500-1820

exportado de 1700 a 1850 alcançaria, no máximo, 450 milhões de arrobas. Pelo critério adotado acima, verificaremos que seriam necessários para a sua produção, na pior das hipóteses, 1.300.000 escravos. Não será exagerado calcular-se que uma quarta parte teria sido produzida pelo braço indígena e por escravos já nascidos no Brasil. Chegaremos, assim, a um milhão de escravos importados para esse período e a 1.350.000 entre 1600 a 1850 quanto aos importados para a indústria açucareira no Brasil.

O século XVII foi o da mineração. É mister, porém, não exagerar a quantidade de ouro extraído e exportado, que, se considerável para a época, era no entanto fraca comparada às grandes produções, posteriormente verificadas nos Estados Unidos e na África do Sul.

O período de maior produção vai de 1741 a 1761, em que se extraíram anualmente, em média, 14,6 toneladas. Ora, para essa mineração não poderiam ser efetivamente utilizados mais de 80 mil escravos. É verdade que, nos tempos de maior produção, havia uma considerável quantidade trabalhando em pesquisas, em regiões de fraco rendimento, tal a febre de enriquecimento que se apossou da colônia, o que fez elevar esse número a mais de cem mil. Esse período, no entanto, foi de curta duração, como teremos oportunidade de salientar.

Se, nos engenhos, eram utilizados menos de 50 mil escravos, seria muito natural que a procura para a mineração acarretasse uma desorganização naqueles trabalhos. Não acreditamos, porém, graças ao estudo da história econômica, que se possa atribuir ao serviço efetivo da mineração mais de 50 mil escravos, como média anual para todo o século XVIII.

Baseado na exposição que apresentamos no capítulo referente à mineração (capítulo II — tomo II) admitimos