História econômica do Brasil; 1500-1820

Retomada pelos espanhóis, foi de novo restituída a Portugal pelo Tratado de Utrecht, e de 1715 a 1762, exatamente na época do apogeu da mineração, esteve na posse dos portugueses. Nos campos que a ela ficaram incorporados, e que abrangiam grande parte da atual nação uruguaia, muito se desenvolveu a criação de bovinos e muares.

Em 1725, João de Magalhães fixou-se no Rio Grande do Sul com fazendas de criar. Dessa data em diante, estimulados pela procura sempre crescente de gado estabeleceram os portugueses duas cunhas de penetração: uma, partindo das margens do Patos, a outra, do Sacramento, visando à obtenção de maior área possível e à incorporação à Coroa portuguesa, de novas terras de criar.

O Tratado de Madrid, de 1750, as guerras do sul, de 1762 a 1777, o Tratado de São Ildefonso, de 1778, concorreram para que perdêssemos a colônia de Sacramento; mas, em compensação, ficaram integradas no território brasileiro grande parte do atual Rio Grande do Sul e grandes regiões do centro e norte do país.

A incorporação das missões jesuíticas da margem oriental do Uruguai, que deveria ser feita pelo tratado de 1750, e que motivou as guerras contra os guaranis, promovidas de 1753 a 1756 pelos exércitos aliados portugueses e espanhóis, só ocorreu de fato, definitivamente, em 1801.

O fundamento econômico da expansão no sul foi, pois, o gado e a sua valorização, provocada pela mineração e pelo crescente consumo dos couros.

Para se aquilatar da importância da colônia de Sacramento basta verificar os contratos de arrendamento dos quintos do couro. (4)Nota do Autor