História econômica do Brasil; 1500-1820

as águas do Tibagi, e por fim em Sorocaba, a grande feira do terceiro e princípios do quarto séculos da nossa vida de nação". (6)Nota do Autor

O comércio de tropas no sul tomou cada vez maior incremento, alcançando as boas mulas o preço de 12$000, equivalentes a mais de 500$000 em moeda de poder aquisitivo de hoje. Em consequência, começou a perecer o comércio de cavalos e as fazendas de sua criação nos sertões da Bahia, do Maranhão e do Piauí sentiram logo a sua repercussão, não encontrando o fisco, no ano de 1757, arrematadores para os seus dízimos.

Surgiram os protestos dos criadores. A Carta Régia de 19 de junho de 1761 procurou sanar bruscamente esse mal. Ei-la:

"Conde de Bobadella, mestre de campo, general dos meus exércitos, principal comissário e plenipotenciário da Divisão dos Limites da América Meridional das partes do sul, governador e capitão-general das capitanias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Amigo. Eu, El-Rei, vos envio m. saudar como aquele que amo. — Sendo-me presente que pelo costume que de anos a esta parte se tem introduzido no continente do estado do Brasil de fazerem os moradores dele os seus transportes em machos e em mulas deixando por isso de comprar os cavalos; de sorte que se vai extinguindo a criação deles; por não terem saída, em grave prejuízo de meu real serviço, e dos criadores, e bem comum dos lavradores dos sertões da Bahia, Pernambuco e do Piauí. E atendendo ao que por eles me foi representado: sou servido ordenar, que em nenhuma cidade, vila ou lugar do território dos vossos governos se possa dar despacho por entrada, ou por saída a machos ou mulas. E que antes pelo contrário, todos e