História econômica do Brasil; 1500-1820

desde que esta afirmou, vitoriosamente, sobre as populações do planalto, a sua decisão de ocupar definitivamente a terra. Os sertões ignotos, fornecedores das máquinas auxiliadoras de sua evolução agrícola, provável depositário das pedras e metais preciosos, promissões de um rápido enriquecimento, constituíam o alvo das suas cobiças.

Havia, porém, a vencer, além de todas as hostilidades do meio, as leis que proibiam essas incursões, assim como a escravização dos íncolas e a severa fiscalização jesuíticas, sob cuja égide nascera o povoado e se constituíra a legislação protetora dos primitivos ocupantes da terra.

Não obstante a intensa fé católica, característica da época e dos colonos lusitanos, foi mais forte o imperativo econômico de um povo que queria expandir-se; a lei foi infringida, os jesuítas combatidos e até expulsos, dentro dos primeiros cem anos da vida piratiningana. E durante quase dois séculos irradiaram, das capitanias paulistas, esses grupos de energia condensada, que iriam conquistar e integrar na colônia mais de metade do Brasil de hoje.

Paulo Prado, em um de seus admiráveis estudos, sobre a formação paulistica, faz ressaltar, com maestria, os sentimentos de ardente altivez e independência que caracterizaram durante esse tempo os formadores dessas entradas. (10).Nota do Autor

Saint-Hilaire aprecia com justiça o valor dos bandeirantes paulistas. (11)Nota do Autor